Conceitos semânticos
27 de setembro de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , , ,

Sinonímia


É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS.
Ex.: Cômico - engraçado
Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto

Antonímia

É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS.
Ex.: Economizar - gastar
Bem - mal
Bom - ruim

Homonímia

É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica - HOMÔNIMOS.

As homônimas podem ser:

• Homógrafas heterofônicas ( ou homógrafas) - são as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Ex.: gosto ( substantivo) - gosto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)
Conserto ( substantivo) - conserto (1.ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)

• Homófonas heterográficas ( ou homófonas) - são as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Ex.: cela (substantivo) - sela ( verbo)
Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Cerrar (verbo) - serrar ( verbo)

• Homófonas homográficas ( ou homônimos perfeitos) - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.
Ex.: cura (verbo) - cura ( substantivo)
Verão ( verbo) - verão ( substantivo)
Cedo ( verbo ) - cedo (advérbio)



Polissemia

É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.

Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa.
Abasteci meu carro no posto da esquina.
Os convites eram de graça.
Os fiéis agradecem a graça recebida.


Conotação e Denotação

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto.
Ex.: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Ex.: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas


Nem toda palavra é neutra, de uso geral, de significado único e preciso. Isso se deve à conotação. Vejamos algumas ocorrências relacionadas à conotação.

Termos referencialmente sinônimos mas não efetivamente sinônimos.

Vamos considerar os termos 'música sertaneja' e 'música caipira'. Os dois termos apontam para o mesmo referente mas aparecem nos discursos em distribuição complementar, ou seja, nos contextos em que se usa um não se usa outro.

Isso se deve a impressões e opiniões agregadas a cada termo acerca do referente. Quando se usa 'música caipira', fica subentendido que a música é de má qualidade, de baixa índole, etc. Caso se use 'música sertaneja', subentende-se música de boa qualidade.


Palavras com referente mutável contexto a contexto, receptor a receptor
Vamos analisar a palavra 'burguês'. Para um historiador, o burguês é o morador do burgo que desencadeia a revolução industrial. Para um marxista, burguês é o explorador da sociedade. Para um adepto da contracultura, o burguês é o símbolo da decadência da sociedade de consumo. O referente é o mesmo para todos os emissores, mas cada um deles agrega à palavra diferentes impressões e opiniões.

Palavras ligadas a dados contextos
Certas palavras só são adequadas ou toleráveis em dadas situações, tipos de discurso, ocasiões. Exemplo: o chulo. Os termos considerados chulos só costumam aparecer em contextos informais, pois somente nesses contextos eles são tolerados. Para contextos formais existem equivalentes próprios.

A palavra é típica de um grupo, região, época ou estilo.
Exemplos: gírias, regionalismos e jargões. Os termos que são marca de um grupo ficam impregnados das impressões e opiniões que a comunidade tem sobre ele. Se as gírias, via de regra, são execradas pela comunidade conservadora é porque a comunidade não aceita o grupo que as pratica e não por execração à gíria em si.

Conceito de conotação

As classes de palavras acima citadas têm características de uso próprias em função de opiniões e impressões a ela aderidas, seja dos usuários em relação ao referente que elas simbolizam ou dos usuários em relação ao subgrupo de usuários que as praticam. Este perfil é a conotação da palavra.

Conotação é a resposta a perguntas como: é de uso geral ou restrito a contextos, situações, grupos, épocas, regiões? Que sentido ela assume em dado contexto, para dado grupo? Que juízos, impressões a ela se aderem em função de suas características de uso?

Toda vez que uma palavra conotada é usada em situação alheia ao seu perfil típico de uso o resultado é estranhamento, sensação por parte do receptor de uma inadequação, de que algo está errado no discurso.

Fonte: Elab.LD

Natassia

Autores do Modernismo - 1ª fase I
25 de setembro de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , , , ,

1. Mário de Andrade (Mário Raul de Moraes Andrade)(1893-1945)


Nasceu em São Paulo, estudou no tradicional Colégio do Carmo. Estudou música e mais tarde lecionou no Conservatório Musical de São Paulo.
Em 1992 participa ativamente da Semana de Arte Moderna, da qual é um dos líderes, tornando-se uma personalidade respeitada nos meios intelectuais.
Pesquisador de nossa cultura, de nosso folclore, poeta, contista, ensaista, crítico, Professor de História da Música do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Escreveu sobre literatura, música, pintura, desenho, escultura, folclore. Autor do Desvairismo
Em 1924 vai às cidades históricas de Minas Gerais: Ouro Preto, Mariana, Sabará, tomando contato direto com a obra de Aleijadinho. Em 1935, convidado por Paulo Duarte, organiza o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, atrvés do qual criou a Discoteca Pública de São Paulo.
Em 1938 transfere-se para o Rio de Janeiro, onde leciona Filosofia e História da Arte na Universidade do Distrito Federal. Em 1940 volta a residir em São Paulo, trabalhando no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Escrevia simultaneamente artigos críticos, participava de rodas e discussões literárias, freqüentava os famosos chás da Confeitaria Vienense, palco de famosas discussões sobre a arte moderna.
Seu nome fica conhecido a partir da Semana de Arte Moderna, onde, além de provocar admiração pela inteligência e cultura, fica conhecido pelos versos insolentes. Destaca-se pela liberdade (sinônimo de criatividade literária) com que escreve, revelada pelos versos soltos, pelo neologismo, pelo uso de expressões de linguagem oral, pelo desrespeito a conceitos antigos e, principalmente, pelos assuntos e temas que disputam seu interesse.
Considerado o lider da Semana de Arte Moderno, Mário era um pesquisador de nossa cultura. Por essa razão, além de poeta, contista, ensaísta crítico, escreveu sobre nossa música, pintura, desenho, escultura, folclore, o que demonstra seu interesse pelo que é nacional e genuíno. Esse interesse pelo que é nacional lhe propicia uma criatividade bastante ampla, imprimindo ao Modernismo uma das características mais importantes para a nova geração: o abandono da imitação estrangeira, o reconhecimento do valor de nossas produções. Além de uma atitude estética e cultural, esta é, principalmente, uma atitude política, que implica o reconhecimento do que acontece lá fora, sem negar o que se produz no Brasil.
A primeira obra de Mário de Andrade - Há uma Gota de Sangue em Cada Poema -, inspirada pela I Guerra Mundial, revela um poeta sensível aos acontecimentos sociais. Mas é com Paulicéia Desvairada (1922) que sua poesia é definitivamente reconhecida como modernista. Bandeira do Movimento, a obra expressa a postura de poeta participante e de vanguarda e Mário reafirma sua condição de "papa do Modernismo".
No "Prefácio Interessantíssimo" ele teoriza sobre as técnicas da arte contemporânea. Além de ser o primeiro texto teórico sobre o tema, escrito no Brasil, tem o valor de manifestar a visão pessoal de Mário de Andrade, acerca do Modernismo e da própria obra. Apesar de identificado com o Futurismo, a posição de Mário de Andrade não é a de acabar com o que pertence ao passado como propunha Marinetti.
Em sua obra poética percebe-se o amadurecimento do poeta através das imagens e associações cada vez mais voltadas para o cotidiano. Sua poesia ganha rumos sociais ora mais agressivos, ora mais sutis, sem deixar de lado o lirismo de caráter individual.
A Tudo que fez somou a seriedade típica do pesquisador, o humor, a imagem criativa, a ironia e, não raras vezes, a insolência do artista que vê na sua obra o peso da função social.
Faleceu de repente, Em São Paulo, na Rua Lopes Trovão, em 25 de fevereiro de 1945.

Obras:

Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917) - poesias (seu livro de estréia)
Paulicéia Desvairada (1922) - poesias
Losango Cáqui (1926) - poesias
Clã do Jabuti (1927) - poesias
Remate de Males (1930) - poesias
Poesias (1941) - poesias
Lira Paulistana (1945) - poesias

Prosa e outros
Primeiro Andar (1926) - contos
Belazarte (1934) - contos
Amar, Verbo Intransitivo (1927) - romance
Macunaíma (escrito em 1926 e publicado em 1928) - rapsódia
Aspectos da Literatura Brasileira (1943) - crítica literária
O Empalhador de Passarinhos (1944) - crítica literária
Os Filhos da Candinha (1943) - crônicas



2. Oswald de Andrade (José Oswald de Sousa Andrade) (1890-1954)


Foi uma das figuras mais polêmicas do nosso Modernismo. Sua vida e sua obra foram bastante interligadas: homem e autor sempre batalharam para romper a norma, a tradição, subvertendo a literatura convencional, praticando uma nova proposta, conscientes de que assim construiriam de fato uma nova literatura.
Paulista de Família muito rica, pôde ter um alto padrão de vida, garantido pelas fazendas da família. Estudou em São Paulo e em 1912, com 22 anos, fez uma viagem à Europa, onde entrou em contato com a vanguarda artística européia. Regressando a São Paulo, cursou a Faculdade de Direito do Largo São Francisco e dedicou-se ao jornalismo literário.
Em 1917 conheceu Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Vai se formando o grupo que fará a Semana em 1922. Defendeu a pintora Anita Malfatti, rudemente atacada pelo escritor Monteiro Lobato, através do artigo "Paranóia ou Mistificação" publicado n'O Estado de S. Paulo. Juntamente com Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e outros formavam um grupo de amigos ligados à vida boêmia e à literatura.
Participou ativamente da Semana de Arte Moderna. Revelou-se um verdadeiro guerrilheiro literário na luta contra os romancistas de estética parnasiana. Em 1926 casou-se com a pintora Tarsila do Amaral. Fundaram o Movimento Antropofágico, tanto na literatura como na pintura.
A crise econômica de 1929 atingiu fortemente o patrimônio do escritor. Em 1930 separe-se de Tarsila e une-se a Patricia Theirs Galvão (primeira mulher jornalista com consciência política e precursora, nas atitudes, das idéias feministas da atualidade), a famosa Pagu, escritora e uma das tantas modernistas.
Oswald foi por pouco tempo filiado ao Partido Comunista Brasileiro. Sua participação política, o levou, juntamente com Pagu a fundar o jornal A Hora do Povo, que é empastelado pelos estudantes de direito da Faculdade do Largo São Francisco. Em 1945, já casado com Maria de Antonieta D'Alquimim, presta concurso para a Cadeira de Literatura da FFLCH da Universidade de São Paulo. Torna-se, então, professor livre-docente.
Oswald viajou pela Europa mais de uma vez (antes e depois da I Grande Guerra) e a curiosidade pelo que acontecia nas artes foi fundamental para sua obra que é, sem sombra de dúvida, a masi arrojada obra de vanguarda que tivemos.
Rever criticamente a cultura brasileira é a proposta do Manifesto do Pau-Brasil de 1924, que Oswald retoma e radicaliza na Revista Antropofágica (1928). a história do Brasil, sua economia política, sua cultura, suas artes, seus hábitos (culinária, vestimenta, etc.), tudo retomado liricamente em forma de poema, de prosa ou de poema em prosa, porque Oswald foi quem mais descaracterizou a tradicional divisão dos gêneros literários.
Sua obra é desigual na qualidade, mas cheia de originalidade. Cultivou a poesia, o teatro, o romance, o memorialismo, o ensaio literário e filosófico. Iniciador da poesia-piada, telegráfica e jornalística. Foi um inimigo juramentado de militante do passado literário, mais precisamente do estilo parnasiano ao qual ele opunha o seu estilo rápido, telegráfico.
Faleceu em São Paulo, em 1954.

Obras:
Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) - prosa
A Estrela do Absinto (1927) - prosa Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade (1927)
Serafim Ponte Grande (1933) - prosa
A Escada (1934) - prosa Marco Zero: A Revolução Melancólica (1943) - prosa Chão (1945) - prosa O Homem e o Cavalo (1934) - teatro
A Morta (1937) - teatro
O Rei da Vela (1937) - teatro
Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão (1945)
O Escaravelho de Outro (1945) - poesia Os Condenados: Alma (1922) - prosa Ponta de Lança (1943-1944) - artigos e conferências Um Homem sem Profissão - Sob as Ordens de Mamãe (1954) - manifestos, memórias Telefonemas e Esparsos - crônicas e polêmicas


3. Manuel Bandeira (Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho) (1886-1968)


Nasceu no Recife e, menino ainda, mudous-se com a família para o Rio de Janeiro. Estudou no tradicional Colégio D. Pedro II, foi desde cedo leitor de histórias infantis e dos grandes clássicos portugueses. Viveu algum tempo em Petrópolis. Por influência do pai pensou em fazer arquitetura e por isso mudou-se para São Paulo para cursar a Escola Politécnica. Obrigado a deixar a escola por contrair tuberculose, foi tratar-se em Cladeval, na Suiça, onde conviveu com o poeta francês Paul Eluard e entrou em contato com as idéias da época sobre poesia. Volta ao Rio de Janeiro dedicando-se ao magistério secundário e superior. Desenganado e em tratamento constante vive "como que provisoriamente".
Colabourou na imprensa e teve um círculo de amigos importantes na literatura: Ribeiro Couto, Gilberto Amado, Vinícius de Moraes, Mário de Andrade, Fernando Sabino e outros.
Manuel Bandeira destrói a linguagem parnasiana rebuscada e formal (seu poema "Os Sapos" ironiza a estética parnasiana), e cria, ao mesmo tempo, em sua obra, uma linguagem simples e direta, uma linguagem cotidiana, valorizada principalmente pelo seu talento.
Quanto ao conteúdo, Bandeira revela uma tendência até certo ponto romântica para a poesia de confissão. É um dos melhores cultores do verso livre na literatura. É considerado um dos maiores poetas líricos da língua portuguesa e considerado unanimemente pela crítica como um dos maiores poetas do Modernismo do Brasil. Realizou, também, excelentes traduções de poemas. Foi cognominado por Mário de Andrade de "São João Batista do Modernismo".
Da poesia simbolista evoluiu para a poesia modernista
Folclórico, irônico, sensual
Temas do cotidiano

Obras:
A cinza das Horas (1917), Libertinagem (1930), Estrela da Vida Inteira (1966)

 
4. Alcântara Machado (Antônio Castilho de Alcântara Machado D'Oliveira) (1901-1935)


Filho de família tradicional paulista, estudou no Colégio São Bento e na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Militou no jornalismo e na política. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 dirigiu a rádio Record, fazendo a propaganda das idéias do movimento. Foi deputado pela Assembléia Nacional Constituinte de 1934. Faleceu prematuramente no Rio de Janeiro, aos 34 anos, em conseqüência de uma operação de apendicite.
Apesar de sua morte prematura, foi bastante atuante: ligado a Oswald, a Tarsila do Amaral, ao crítico e ensaísta Sérgio Milliet, contribuiu com artigos para as revistas Terra Roxa e Outras Terras, Antropofagia e Nova. Sua atuação estendeu-se para a militância política, ligando-se ao Partido Democrático.
Além de advogado dedicou-se ao jornalismo literário e especialmente à prosa literária.
Foi um dos autores qeu melhor representou a realidade urbana tendo o imigrante, sobretudo o italiano, como personagem principal. Retrata os novos hábitos, as novas profissões, os quarteirões e os lugares que se tornaram históricos em São Paulo; observa a classe operária, diferenciada da dos senhores barões e industriais, até mesmo o bairro onde se agrupava. É o observador crítico, às vezes cômico, outras emotivo e impressionista.
Alcântara Machado nos legou obras literárias que são verdadeiros documentos históricos de uma época em que o Brasil era, para o imigrante, o sonho dourado, o símbolo de uma vida melhor. Alcântara Machado mostra que ao sonho dourado se opunha a realidade, verdadeiro pesadelo, à medida que era preciso trabalahar em condições subumanas e submeter-se a qualquer tipo de emprego para alcançar a meta da ascenção social.
Alcântara Machado registrou a fala coloquial da época, imprimindo à sua literatura a linguagem oral do imigrante, do dia-a-dia, sem retórica, sem preocupação com a norma culta, a qual atribuía à literatura de seus antecessores o caráter elitista e elitizador.
Sua obra é composta por contos ambientados em São Paulo (anos vinte,séc. XX), o que a coloca como uma antecipação do caminho regionalista da nossa literatura. Foi ele quem trouxe à Literatura Brasileira um novo personagem, o imigrante italiano, que teve um importante papel na transcrição da fala do imigrante italiano.


Obras:
Brás, Bixiga e Barra Funda (1927), Laranja da China (1928), Anchieta na Capitania de São Vicente (1928)
Mana Maria (1936) (inacabada), Cavaquinho e Saxofone (1940), Novelas Paulistanas (1961) (coletânea de ficção)

 
 
 
Retirado do site Literatura & Leitura
 
Natassia

Modernismo no Brasil - 1ª fase
by Natassia in Assuntos: , , , , , , , ,

A Semana de Arte Moderna (1922) é considerada o marco inicial do Modernismo brasileiro.

A Semana ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, com participação de artistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O evento contou com apresentação de conferências, leitura de poemas, dança e música. O Grupo dos Cinco, integrado pelas pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti e pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, liderou o movimento que contou com a participação de dezenas de intelectuais e artistas, como Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, entre muitos outros.
Os modernistas ridicularizavam o parnasianismo, movimento artístico em voga na época que cultivava uma poesia formal. Propunham uma renovação radical na linguagem e nos formatos, marcando a ruptura definitiva com a arte tradicional. Cansados da mesmice na arte brasileira e empolgados com inovações que conheceram em suas viagens à Europa, os artistas romperam as regras preestabelecidas na cultura.

Na Semana de Arte Moderna foram apresentados quadros, obras literárias e recitais inspirados em técnicas da vanguarda europeia, como o dadaísmo, o futurismo, o expressionismo e o surrealismo, misturados a temas brasileiros.

Os participantes da Semana de 1922 causaram enorme polêmica na época. Sua influência sobre as artes atravessou todo o século XX e pode ser entendida até hoje.



A primeira fase do Modernismo

O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a segunda de 1930 a 1945. a primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.

Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais; promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros. Portanto, todas elas estão relacionadas com a visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.

Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de expressão.

Entre os fatos mais importantes, destacam-se a publicação da revista Klaxon, lançada para dar continuidade ao processo de divulgação das ideias modernistas, e o lançamento de quatro movimentos culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta.

Esses movimentos representavam duas tendências ideológicas distintas, duas formas diferentes de expressar o nacionalismo.

O movimento Pau-Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e contrastes da realidade e da cultura brasileiras.

A Antropofagia, a exemplo dos rituais antropofágicos dos índios brasileiros, nos quais eles devoram seus inimigos para lhes extrair força, Oswald propõe a devoração simbólica da cultura do colonizador europeu, sem com isso perder nossa identidade cultural.

Em oposição a essas tendências, os movimentos Verde-Amarelismo e Anta, defendiam um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo.

Dentre os muitos escritores que fizeram parte da primeira geração do Modernismo destacamos Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.



Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola



Natassia

"Arrufos" românticos
18 de setembro de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , , ,

Arrufos, Belmiro de Almeida (1887)

Este quadro de Belmiro de Almeida é como um folhetim, em que a desavença entre um casal é retratada em todos os seus detalhes, uma espécie de "Aurélia e Seixas emoldurados".
Um pequeno drama de desenrola: uma briga de casal, ou melhor, a cena seguinte a uma discussão e a moça, atirada ao chão, esconde seu rosto, chorando muito. Enquanto ela chora, ele, impassível, permanece sentado na poltrona e comtempla a fumaça de seu charuto. Os detalhes presentes na cena: a rosa, a cama, o quarto.
A cena pintada por Belmiro de Almeida possui contorno definidos, com as figuras desenhadas e as cores harmoniosas com a situação (tons escuros). Assim como em Senhora, de José de Alencar, depois dos arrufos podem aparecer a paz e a reconciliação.


Retirada da apostila Positivo, literatura - 1ª série EM (3º volume)

Natassia

Romantismo
17 de setembro de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , , , , ,

Introdução


O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.
As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.



Artes Plásticas

Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial.


Literatura

Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.



Música

Na música ocorre a valorização da liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos da orquestra. Os assuntos de cunho popular, folclórico e nacionalista ganham importância nas músicas.

Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.



Teatro

Na dramaturgia o romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller. Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida Garrett.



O ROMANTISMO NO BRASIL

Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.



Artes Plásticas

As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras principais deste período são : A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de Victor Meirelles.



Literatura romântica brasileira



Gonçalves Dias - poeta da 1ª geração

No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:

1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.


2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana. textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro.


Música Romântica no Brasil

A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época.


Teatro

Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.

Castro Alves - poeta da 3ª geração
Texto retirado do site Sua Pesquisa

Natassia

Vou-me embora pra Passárgada
by Natassia in Assuntos: , , , , , ,

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei


 Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Manuel Bandeira

Tarsila do Amaral
1 de setembro de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , , , ,

Nasceu em Capivari, interior de São Paulo, chamada "Terra dos Poetas" em 1886 e faleceu em 1973. Educada por uma professora belga, aos 16 anos foi estudar em Barcelona, Espanha.
Na França, estudou com os melhores artistas na Academia Julian e no ateliê de Émile Renard. Conheceu Pablo Picasso e, com base nesse econtro, adotou leveza no traço, cores menos terrosas. Matizes impressionistas e cubistas. De volta ao Brasil, uniu-se à geração de 1922, meses depois da famosa Semana. Formou, então, o Grupo dos Cinco, ao lado de Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade e com eles promovia reuniões quase diárias em seu ateliê oara discutir obras e tendências.
Em 1924, em uma viagem a Minas Gerais redescobre-se como pintora: a mistura do clima pastoril com o barroco das cidades históricas influencia sua fase Pau-Brasil. Carlos Drummond de Andrade chama a atenção para seus tons amarelo vivo, rosa violáceo, azul pureza, verde cantante.
Em 1928, seu presente - a tela Abaporu - para o marido Oswald de Andrade deflagou o movimento Antropofágico. O quadro virou uma espécie de símbolo da vanguarda modernista.



Abaporu


Além de Abaporu, Tarsila pintou outras obras representativas do modernismo brasileiro, como Morro da favela, de 1925, Os operários, de 1933.


Morro da favela

Os operários

Antropofagia

Hoje, dia 01 de setembro, Tarsila do Amaral faria 125 anos e foi homenageada no silte Google:


Texto retirado da apostila Positivo - Literatura (2ª série Ensino Médio)

Natassia