Como aprender mais sem estudar mais
6 de maio de 2012 by Natassia in Assuntos: , , , , , , , ,




Não acredito que os conselhos descritos abaixo sejam novidades para alguém, da mesma forma que também não conheço alguém que os pratique regularmente. É um paradoxo: todo mundo sabe que é importante, mas quase ninguém os coloca em prática.

Como os músculos, o cérebro também cansa, então não adianta fazer uma maratona de estudos antes da prova ou da entrega do artigo. Mas como conciliar nossa rotina acadêmica, cada vez mais apertada, com a eficiência nos estudos e pesquisas?

A palavra de ordem aqui é disciplina. E como a motivação se torna uma parte importante deste processo, explicamos resumidamente as teorias envolvidas nos conselhos do neurocientista Wilkie Wilson, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, para que você se convença, opte por mudar sua rotina e de discipline para “afiar” a mente e deixá-la afiada por toda a vida.

Vá para cama mais cedo – o sono é importante porque dormindo, as células nervosas repetem os pensamentos do dia. Ao fazer isso, elas se modificam e transportam as informações para a área de armazenamento permanente no cérebro. É como se durante o sono, o cérebro gravasse um CD com as informações adquiridas durante o dia. Se o sono for interrompido, é como se retirasse o CD no meio da gravação. Não é preciso lembrar que uma noite mal dormida atrapalha a concentração e a performance no dia seguinte.

Comece a estudar alguns dias antes da prova – pode parecer óbvio, mas este conselho não é apenas para você dar conta de repassar toda a matéria em vez de ler todo o livro de biologia em apenas uma noite. Pense no cérebro como um músculo. Ele utiliza cerca de 20% da energia de nosso corpo e aumenta o fluxo de sangue quando é intensamente utilizado, como no caso dos estudos. Os cientistas acreditam que, assim como os músculos, o cérebro produza uma série de subprodutos metabólicos quando é exercitado por muito tempo. O cérebro cansa. E assim como os músculos, o excesso de exercício prolongado pode fazê-lo não funcionar adequadamente. Se você fizer uma maratona ininterrupta de estudos, o cérebro não irá descansar e se limpar destas substâncias. O resultado: apesar do seu esforço, as informações não irão se fixar na memória. O ideal é armazená-las progressivamente, daí o cérebro relaciona de tal forma a informação nova com a adquirida anterior.

Alimente o cérebro – Já que nossos neurônios consomem 20% da energia do corpo, você precisa de glicose para que ele não se esgote. Mas glicose no quer dizer açúcar. O cérebro precisa de “combustível de alta octanagem”. Para conseguir dar esse gás, o professor Wilson recomenda alimentos ricos em proteínas e carboidratos complexos. Ele cita ovos, presente no famoso café da manhã americano, iogurte, frutas, granola e pão integral.

Exercitar o corpo é exercitar a mente - Para o professor Wilson, exercitar-se é bom para a inteligência por diversos motivos. O exercício eleva a pressão sanguínea e permite que o sangue seja bombeado por todo o corpo de tensões e ansiedades, e o estresse é responsável por perda de foco e dificuldade de concentração. O exercício também tem o terceiro benefício de propiciar o nascimento de novos neurônios.

Aprenda o que você ama – Existe uma parte do cérebro chamada sistema de recompensa, que registra todas as sensações boas que acontecem com a pessoa. O organismo então sempre buscará experiência que proporcionem uma sensação boa. É o chamado sistema de recompensa, o mesmo que age quando uma pessoa se vicia em algo: ele sempre quer retornar àquele bem-estar. “Se você faz ou aprende algo que te interessa muito, essa coisa faz com que seu cérebro antecipe a recompensa, e isso proporciona a ele as ferramentas que precisa: foco, atenção e uma descarga de dopamina, substância estimulante do sistema nervoso central”, diz Wilson. A liberação de dopamina proporcionada pelo sentimento de satisfação faz com que a informação seja consolidada na memória. Como os seres humanos são animais complexos, as recompensas que o cérebro busca são mais que comida, água e sexo. Tendemos a buscar a euforia de um bom negócio realizado, a satisfação de uma boa performance profissional.

Fonte: Blog Pós-Graduando