Monteiro Lobato
3 de abril de 2011 by Natassia in Assuntos: , , , , ,

Um pouco da história de um dos maiores escritores brasileiros


Caricatura de Monteiro Lobato com um
de seus personagens: Visconde de Sabugosa


Monteiro Lobato inovou o jeito de fazer literatura infantojuvenil no nosso país. Ele se destacou pela valorização do público infantil, a preocupação com a cultura nacional e nosso folclore. Por isso, suas obras encantam as crianças (e os adultos!) brasileiras há muitas gerações. O Sítio do Picapau Amarelo, sucesso no Brasil e em diversos países, já foi livro, série de televisão e, agora, virou um envolvente mundo virtual.
O homem detalhista e de mente inquieta, que se dedicou aos livros com sua farta produção literária, também foi um empreendedor ao fundar uma das maiores editoras do país em sua época. A atuação de Lobato nos negócios não parou por aí. O espírito nacionalista o motivou a criar uma de nossas primeiras empresas petrolíferas, a Companhia Petróleos do Brasil, e a investir na indústria siderúrgica.




Um homem preocupado com o Brasil e sua cultura


 
Uma sereia de cabelos verdes e uma voz capaz de encantar os navegantes. Um menino travesso que pula em um pé só. Pela primeira vez, os seres folclóricos saíram do imaginário popular brasileiro e foram parar nos livros. Monteiro Lobato enxergou a importância e a criatividade de um país pouco retratado na literatura. Ele soube captar o espírito do Brasil caipira como ninguém. Quem não se lembra do famoso personagem Jeca Tatu, um homem simples do campo que vivia as agruras de um país em condições ainda muito precárias? Ou dos inesquecíveis Tio Barnabé e Tia Nastácia, habitantes do Sítio do Picapau Amarelo?
Lobato não teve receio de dizer o que pensava em seus livros e artigos. Em pleno começo do século XX, num ambiente de pouca liberdade de expressão, ele mostrou sua indignação com a política e os problemas sociais que o Brasil enfrentava.



O primeiro escritor brasileiro a enxergar a criança como um ser pensante

Capa do livro Reinações de Narizinho, publicado em 1931

 
Monteiro Lobato conseguiu compreender e traduzir o pensamento infantil como nenhum autor nacional até então. Em 1920, publicou um pequeno conto que mudou a literatura infanto-juvenil brasileira para sempre. Com uma linguagem simples e muita imaginação, A Menina do Narizinho Arrebitado tornou-se um sucesso instantâneo e marcou o começo das aventuras de Narizinho, sua boneca falante e outros personagens fantásticos do Sítio do Picapau Amarelo.
O autor trouxe para seus livros a graça, a oralidade e as expressões tipicamente nacionais, como Credo! e Mangar. Neles, tudo era possível, tudo existia. A realidade e o faz de conta não tinham barreiras (assim como a mente das crianças). "A criança é um ser onde a imaginação predomina em absoluto. O meio de interessá-la é falar-lhe à imaginação", disse o escritor, que se dedicou até o fim da vida à criação de textos criativos e inteligentes para o público infantil.


O Sítio mais importante do Brasil



"Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar", disse Lobato em carta enviada ao amigo Godofredo Rangel, em 1926. E ele cumpriu o que disse. O Sítio do Picapau Amarelo convida as crianças a mergulharem em um mundo que mescla fantasia e realidade. Os leitores se identificaram de cara com as reinações de Emília, Visconde, Narizinho e Pedrinho. Lobato recebia dezenas de cartas de crianças que elogiavam os personagens, palpitavam sobre as histórias e diziam que o sítio de Dona Benta era o melhor lugar para se viver.
Para escrever os livros, buscou referência em sua própria infância. Lembrou-se dos bonequinhos feitos de legumes que inventava em suas brincadeiras e da biblioteca do avô, seu local preferido. Transportou os seus gostos e excentricidades para o papel, e a fórmula deu tão certo que o Sítio do Picapau Amarelo e seus queridos moradores (ou seus incríveis visitantes) são hoje parte do imaginário dos brasileiros.


Texto retirado do site Mundo do Sítio

Natassia

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